O tropeço do governo federal na aprovação da revisão do déficit do orçamento tem efeito mais político do que econômico. A derrota na solução do assunto antes do encaminhamento da proposta orçamentária de 2018 provoca desgaste em período delicado, quando se combina a iminência da apresentação da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer e a apresentação de novos detalhes de delações que arranham o presidente. Depois do susto com o mau resultado de julho, um olhar sobre os últimos 12 meses mostra que o ajuste de fato se perdeu no caminho em 2016.
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Com exceção de janeiro, quando o governo conseguiu de fato cortar despesas, todos os resultados positivos ocorreram por conta do ingresso de arrecadação extra, tanto regular, caso do Imposto de Renda que sempre "pinga" em abril, quanto extraordinário, como a primeira etapa da repatriação.
Na volta da China, Temer terá de encaminhar duas medidas provisórias: uma adia o reajuste de servidores, outra aumenta a contribuição previdenciária do funcionalismo, com impacto fiscal projetado em R$ 7 bilhões. A primeira semana de setembro promete exigir do Planato mais do que posição de sentido.