Depois de ter anunciado o "rombo do rombo" – a revisão da meta de déficit no orçamento de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões –, o governo agora avisa que vai vender a Casa da Moeda. Entre outras funções da instituição, está a emissão das cédulas e moedas de real, como diz seu nome, e documentos como o passaporte. São alguns sinais de identidade nacional.
Apesar de o governo mencionar, como justificativa para privatizar a Casa da Moeda, "sucessivos prejuízos", o balanço da estatal aponta lucro nos dois últimos anos fechados. É verdade que o resultado caiu para menos de um terço, de R$ 311,4 milhões em 2015, para R$ 60,2 milhões no ano passado. Mas não há sinal de perda.
Assim como no caso da Eletrobras, o governo tem pressa: quer passar a Casa da Moeda nos cobres – e nos níqueis e nos ferros – até o final de 2018, ainda a tempo de suavizar o déficit do próximo ano, que também foi revisado de R$ 129 bilhões para R$ 159 bilhões.
Leia mais
Privatização é única alterntiva para Eletrobras, diz especialista
Com privatização, Eletrobras sobe 30% e bolsa vai a 70 mil pontos
Setor elétrico nacional deve passar por nova rodada de privatizações
Na lista do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), comandado por Moreira Franco (PMDB-RJ), estão ainda 14 aeroportos, entre os quais o de Congonhas, em São Paulo. Aos poucos, vai ficando mais claro porque a estratégia do governo foi tão errática na discussão da revisão da meta. Ao deixar claro o tamanho da encrenca orçamentária, também criou espaço para as privatizações – algumas fartamente justificadas, outras de compreensão mais difícil.