Poucos temas dão tanta coesão aos gaúchos grenalistas quanto a educação. Com exceção de algumas seitas, todos reconhecem seu valor formador e transformador – e se orgulham do estoque pedagógico que resta. E embora pouco se possa fazer, do ponto de vista local, quanto aos efeitos negativos da recessão, ainda há razoável grau de incidência interna sobre escolas e professores, alunos e pais.
O Índice de Desenvolvimento do Estado – Rio Grande do Sul (iRS) mostra que o Rio Grande do Sul perde fôlego frente a outros Estados, mesmo com todos submetidos ao mesmo quadro de crise econômica. Pesquisa da Fundação Getulio Vargas aponta que o salário sobe 15% a cada ano extra de ensino. Além do ganho monetário, adiciona civilidade, raciocínio, capacidade de fazer conexões e resolver problemas – habilidade escassa nestes tempos.
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O cenário que o iRS traça para o Rio Grande do Sul é de um Estado premido pela crise econômica e ainda sitiado pelo aumento da violência – outra vez, é bom lembrar que os dados são relativos a 2015. O ranking mostra um espelho do país: no ano da maior recessão já enfrentada pelo Brasil, São Paulo perdeu a liderança para o Distrito Federal – sinal mais eloquente da transferência de riqueza do setor produtivo para a máquina pública não há.
O indicador tem a função de dar informações ao cidadão, que assim pode cobrar de seus governos – federal, estadual e municipal –, mas também é um chamado ao debate construtivo e à ação. Apontar o dedo para o que está errado é relativamente fácil. Ajudar a mapear soluções e construir o caminho que o consenso cada vez mais rarefeito permite exige um pouco mais de compromisso, mas certamente vai dar mais satisfação.