Depois de muitos anos operando como uma espécie de carimbador de negócios, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) resolveu mostrar que existe de fato. Nesta quarta-feira (2) reprovou a segunda grande aquisição do ano, da Alesat pela Ipiranga, criada no Rio Grande do Sul e hoje sob controle do Grupo Ultra. Em junho, havia rejeitado a compra da Estácio pela Kroton.
A Ipiranga é a segunda maior empresa de distribuição e revenda do país, e a Ale é a quarta. Como havia claros sinais que de a transação concentraria demasiadamente o mercado – o que, em tese, o Cade deveria impedir –, as duas empresas chegaram a propor alternativas para tentar suavizar esse efeito. Mesmo assim, houve rejeição unânime por parte do órgão de defesa da concorrência. Em fevereiro, o Cade havia recomendado a impugnação do negócio de R$ 2,7 bilhões, anunciado em julho de 2016.
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Para tentar preservar o acordo, representantes da Ale e da Ipiranga chegaram a propor venda de postos Ale em Estados nos quais a aquisição representasse mais concentração. Mesmo assim, prevaleceu no Cade a visão de que o mercado deveria ser avaliado sob a perspectiva nacional, não estadual.