Ouça aqui a coluna de Marta Sfredo
Foi um susto para o setor da construção civil quando, na última segunda-feira, surgiu a informação de que a Caixa Econômica Federal suspendera os pedidos de financiamento com base em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RS), Ricardo Sessegolo ligou imediatamente para José Carlos Rodrigues Martins, presidente da Câmara Brasileira da Construção Civil (Cbic).
– Estou chegando aqui na Caixa – ouviu como resposta, num sinal de reação rápida.
A urgência dá a medida do que significaria a medida, em um momento no qual, conforme Sessegolo, o segmento não dá sinais de melhora muito sólidos. – Está muito devagar, muito difícil, muito brigado.
O "brigado", detalha, refere-se aos pedidos de desconto dos clientes que mostram apetite por comprar imóveis. E há empresas segurando lançamentos para esperar um momento melhor.
– Cada venda é uma briga – lamenta.
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Mas a situação acabou se resolvendo mais rapidamente do que Sessegolo esperava. Na segunda-feira, temia que a normalização da linha Pró-Cotista, que tem o menor juro depois do programa Minha Casa Minha Vida demorasse meses. Ontem mesmo, foi publicada no Diário Oficial da União medida que libera mais R$ 2,54 bilhões para o Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (Pró-Cotista).
Até a Caixa, que costuma demorar para se manifestar diante de novas medidas, divulgou cedo a informação de que já havia autorizado suas agências a receberem novas propostas de empréstimo para compra de imóvel com base nessa linha. É importante observar que houve só interrupção na linha que tem o FGTS como fonte. Não houve qualquer efeito sobre o uso de recursos individuais do Fundo de Garantia dos candidatos.