Apesar dos reiterados sinais de recuperação no Brasil, a bolsa recuou muito nesta quarta-feira (17): 1,67 %. O mesmo ocorreu em quase todo o planeta, por conta da precificação do risco de queda – leia-se impeachment ou renúncia – do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora essa hipótese fosse levantada logo após a eleição, nem seus mais convictos defensores situavam sua probabilidade em prazo tão curto.
Mas se há uma rejeição forte e internacional ao exótico presidente de topete laranja, por que o mercado reage mal diante do risco a seu mandato? O que os investidores temem é a incerteza.
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Por quanto tempo o dólar ficará fragilizado pelas circunstâncias que cercam Trump e a tensão em torno dos desdobramentos de suas conexões com a Rússia condicionam a reação dos mercados. E a fuga do risco é um dos motivos pelos quais a bolsa brasileira foi afetada, comenta o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
– Ainda é cedo para falar em impeachment nos Estados Unidos? Sim. Mas é uma espécie de pequena gravidez. Trump tem sido bastante agressivo com a opinião pública. Isso gera problemas – diz.
Os mercados fecharam em baixa da Ásia aos EUA, passando pela Europa, e a queda por aqui foi uma das mais intensas. Outro motivo para o impacto no Brasil é o fato de que o estresse com o futuro de Trump sucedeu um período de altas discretas mas constantes. Então, quem acumulava ganhos aproveita para vender papéis e embolsar o lucro no período.
Mesmo que a expectativa em torno da reação da economia se reacenda no Brasil, a decolagem efetiva depende de variáveis que ainda não estão confirmadas.