A Petrobras decidiu nesta quinta-feira (25) exercer o direito de preferência em três das oito áreas de exploração de petróleo na região do pré-sal que serão licitadas em setembro: um bloco próximo ao campo de Sapinhoá, onde produz desde 2013, e outras duas – Peroba e Alto de Cabo Frio Central. Nessas, a estatal vai conduzir os trabalhos. As demais representam a primeira chance para estrangeiros assumirem o controle (operação) em áreas no pré-sal. Nas outras cinco, poderá haver competição, inclusive com participação da estatal, nas mesmas condições.
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Walter de Vitto
Para o analista de petróleo da Tendências, a decisão da Petrobras veio "dentro do esperado". Na sua avaliação, as grandes petroleiras globais devem disputar a operação das demais áreas, mesmo em momento de estabilidade nos preços internacionais.
– São umas das mais atrativas em termos globais, com bastante interesse. As regras de conteúdo nacional foram feitas para trazer essas empresas. Toda a política do setor é orientada para reduzir a participação da Petrobras e abrir espaço para outras companhias.
Ricardo Maranhão
O conselheiro Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), de viés nacionalista, destaca que essas áreas têm "baixíssimo risco geológico" (de não se encontrar petróleo) e garantem produção em tempo recorde (sete anos, ante 15 no Mar do Norte e no Golfo do México).
– Não sou contra a participação de estrangeiros, mas a Petrobras poderia explorar sozinha. Não é verdade que está quebrada, tem R$ 24 bilhões em caixa. Ao entregar a operação, corremos o risco de atividade predatória, acelerada demais.