No mês em que a bolsa já havia reagido mal a uma pesquisa de intenção de voto de parlamentares sobre a reforma da Previdência, até que a reação do mercado financeiro à esperada Lista de Fachin foi moderada. O Ibovespa, recuou, como se esperava, mas pouco perto da reação anterior: 0,45%. Na divulgação da primeira aferição de apoio às mudanças previdenciárias, a queda havia chegado a 1,5%. Nesta terça-feira, o dólar também avançou pouco: meros 0,13%.
Parte da reação cautelosa é resultado do horário em que as informações foram divulgadas. Faltava pouco mais de uma hora para o encerramento das operações de mercado de capitais e de câmbio quando o jornal O Estado de S. Paulo publicou os primeiros dados. Parte é porque o mercado sabia que a lista sairia. Era para ser depois da Páscoa, mas Luiz Edson Fachin resolveu antecipar a data com uma espécie de Kinder Ovo no calendário.
Leia mais
A reforma possível da Previdência
Agenda entre Previdência e sobrevivência
Reforma da Previdência enfrenta fortes resistências no Congresso
Nove ministros investigados, mesmo em uma grande equipe de 37, é muita coisa. Mas o que o mercado mais teme não é o efeito direto no Planalto, até porque os fiadores da política econômica estão fora da lista. O que provoca maior inquietação é o futuro das reformas. Mal conhecidas as primeiras informações, os plenários das casas legislativas esvaziaram.
A reforma da Previdência, sobre a qual se acumulavam dúvidas, ficou ainda mais incerta. Então, não está descartada repercussão maior no mercado à medida que o pacote de delações for aberto e seu conteúdo se tornar de conhecimento amplo, geral e irrestrito.