Taxa de desemprego e PIB são dois indicadores da economia que não andam juntos em momentos de inflexão. Ainda no início de 2015, quando o Brasil começou a engatar a amarga sequência de oito trimestres consecutivos de retração da atividade, a desocupação permanecia abaixo de 7% – e hoje está em quase o dobro. Agora há sinais de um movimento inverso.
Enquanto o IBGE mostrou nesta sexta-feira que o desemprego no país seguiu em alta, chegando a 13,7% no trimestre encerrado em março, e o número de desocupados alcançou 14,2 milhões de pessoas – dois números que nunca estiveram tão altos desde o início da série histórica, em 2012 –, um relatório econômico do Banco Santander demonstra otimismo.
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A análise do economista Rodolfo Margato chega à conclusão de que "a recessão acabou". E a estimativa de crescimento do PIB para o primeiro trimestre foi revisada para cima, de 0,5% para 1,1%. O forte desempenho da agricultura seria o motor. Para o ano, seguiu em 0,7%, acima das expectativas do mercado.
Para os economistas do Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG), holding do Banco de Tokyo-Mitsubishi, a taxa de desemprego ainda vai subir e pode atingir 14% no segundo trimestre, mas impulsionada por um número maior de pessoas atrás de recolocação, e não por aumento de demissões. A tendência seria revertida no início do segundo semestre, e o país poderia fechar o ano com taxa de 12,5%. É esperar para ver.
*Interino