No círculo empresarial próximo ao Internacional, a chance de venda da fatia da Andrade Gutierrez (AG) na empresa que administra ativos no estádio do clube é vista com ceticismo. Os direitos sobre 5 mil cadeiras, skyboxes, camarotes e lojas, além do serviço de comida e bebida e do edifício-garagem, não teriam muitos atrativos no mercado, avaliam pessoas ligadas ao clube.
Sem contar que o estacionamento, considerado o mais rentável, já está terceirizado para a Estapar – uma eventual negociação teria de levar esse aspecto em consideração. O CEO da AG, Ricardo Sena, incluiu a participação na Brio entre os ativos que a empresa estaria disposta a vender para frear o endividamento. Observação de quem acompanha com olhos esportivos e corporativos:
– Se tivesse mercado, não estariam vendendo.
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O obstáculo não tem relação com o clube, nem com o fato de o Inter disputar a segunda divisão do Brasileirão. O problema é que todos os negócios com arenas esportivas andam perdendo de goleada.
O caso do contrato feito para a reforma do Beira-Rio é considerado uma espécie de 7 a 1 sofrido pela parte empresarial, tanto que quase todos os executivos que participaram das negociações não estão mais na Andrade Gutierrez. Fruto das pressões típicas da época, quando Porto Alegre estava ameaçada de perder jogos da Copa do Mundo, o contrato ainda oferece desafios para compreensão de todas suas motivações.