Para 19 prefeituras do Rio Grande do Sul, os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) representam mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do município. O levantamento realizado pela coluna leva em conta a soma total dos valores pagos pelo INSS como proporção do PIB municipal, considerando dados de 2014, os mais recentes. Com o forte encolhimento da atividade econômica nos últimos dois anos, fica fácil presumir que tal dependência se acentuou de lá para cá.
O perfil dos municípios que mais necessitam das aposentadorias e benefícios é bastante semelhante: economia estagnada, população pequena e alto percentual de habitantes acima de 60 anos. É o caso dos líderes do ranking gaúcho, Alecrim e Porto Lucena, com menos de 7 mil moradores. Localizados no noroeste do Estado, os dois municípios ilustram os casos mais graves. Ambos ultrapassam o patamar de 30% de dependência em relação à Previdência.
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Em todo o Brasil, 262 cidades estão na mesma situação. A maior parte delas está localizada na região Nordeste. Em Condeúba (BA), na divisa entre Minas e Bahia, a Previdência responde por 66% da economia local.
Se não forem encontradas alternativas para dinamizar essa regiões - promovendo a abertura de empresas e gerando empregos - a população ficará presa para sempre na armadilha da pobreza, um dos efeitos mais perversos da desigualdade social. Confirmadas no Congresso as mudanças no sistema previdenciário, que criam mais barreiras e elevam as exigências para o trabalhador se aposentar, será justamente a população dessas localidades que irá sofrer mais.