Bom principalmente para quem está saindo de férias, o dólar encerrou a semana em R$ 3,10, menor patamar desde outubro do ano passado. Desta vez, o motivo não foi o presidente americano, Donald Trump.
A ajuda, segundo analistas, veio das bandas orientais. A divulgação da robusta balança comercial chinesa ajudou a impulsionar a moeda dos principais parceiros comerciais do gigante asiático, entre eles o Brasil – que vende para lá grande parte das suas matérias-primas.
Desde o início do ano, o recuo já é superior a 4% – mas essa foi a primeira vez desde 1º de janeiro que o câmbio não tremulou ao sabor das expectativas em relação ao mercado americano ou à política brasileira. Em tempos em que governos Trump e Temer não saem das manchetes, foi um dia, no mínimo, atípico.
Não dá para dizer que a moeda americana vai ficar mais barata para os brasileiros. Ao que tudo indica, a próxima semana deve voltar agitada. Ontem, no final do dia, depois que o mercado já estava fechado, a agência de classificação Standard & Poor’s (S&P) anunciou que manteve a nota de crédito do Brasil em grau especulativo (BB, dois degraus abaixo do nível de investimento) e reafirmou a perspectiva negativa.
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A avaliação indica que o país pode ter o rating rebaixado mais uma vez nos próximos meses caso as medidas para melhorar a situação fiscal e econômica não passem no Congresso. Via de regra, notas ruins vindas do estrangeiro costumam fazer o valor do câmbio dar saltinhos por aqui.
É antes de tudo um aviso.
A S&P costuma influenciar a nota dada por outras grandes agências de classificação como Moody’s e Fitch. No passado, foi seguida pelas duas concorrentes quando elevou a nota do Brasil e foi copiada quando, em setembro de 2015, resolveu retirar a chancela antes concedida.
É esperar para ver se o dólar termina fevereiro mais próximo dos R$ 3, como acreditam os mais otimistas.