Diante de temores de concentração, a superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou que seja impugnada a compra da Alesat Combustíveis pela Ipiranga Produtos de Petróleo, hoje pertencente ao grupo Ultrapar, de São Paulo. O negócio, de R$ 2,7 bilhões, havia sido anunciado em julho de 2016. Em outros casos, como o da união entre ALL e Rumo, a decisão da superintendência foi modificada pelo tribunal do Cade, ao qual cabe a palavra final.
O argumento da superintendência-geral é de que o negócio pode resultar em elevação de preços na distribuição e na revenda. Essa alta nos preços dos combustíveis, acrescentou o órgão, ocorreria devido ao "aumento do poder de mercado da Ipiranga e da elevação da possibilidade de atuação coordenada das empresas do setor".
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A distribuição de combustíveis no Brasil atualmente está concentrada em quatro empresas, BR Distribuidora, da Petrobras, Raízen, que atua com a marca Shell, Cosan, que comprou a Esso, e, caso a aquisição fosse autorizada, Ipiranga e Ale. Uma das possibilidades é de que o tribunal determine restrições à compra.
Em nota, a Ultrapar, dona da rede Ipiranga, que nasceu no Rio Grande do Sul, afirma que "seguirá buscando a aprovação da operação junto ao Tribunal do Cade, de maneira a afastar as preocupações concorrenciais apontadas".