A partir de um encontro que reuniu uma centena de empresários na manhã desta quarta-feira, mais uma entidade empresarial deve atuar na intermediação da negociação entre comerciantes e gestores de shopping centers. A reunião promovida pelo Sindilojas discutiu a necessidade de tratativas especiais diante do cenário econômico e de mudança de comportamento do consumidor.
O evento teve a presença do presidente da CDL PoA, Alcides Debus, primeira entidade a buscar a representação dos sócios descontentes. Conforme o presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, nos últimos três anos as vendas do varejo de Porto Alegre caíram cerca de 20%, enquanto os aluguéis em shoppings centers sofreram reajustes em torno de 30%.
Leia mais
Lojistas e shoppings têm de virar jogo perde-perde para ganha-ganha
Mais de uma centena de lojistas pede mudanças nos shoppings da Capital
Lojistas enviam lista de pedidos aos shoppings de Porto Alegre
Diante desse cenário, a proposta levantada na reunião é que todos os contratos e negociações dos varejistas com os centros comerciais ocorram por meio de entidades como o Sindilojas Porto Alegre, com apoio de suas assessorias jurídicas. Um dos argumentos é o de que lojas de pequeno e médio porte na maioria das vezes não têm margem de negociação com o shopping center.
Debus lembrou que essa é uma reivindicação antiga entre os empreendedores gaúchos. Ponderou que, hoje, a única certeza que os lojistas de shoppings centers têm é de que, vendendo ou não, terão de pagar os custos mensais de ocupação, e muitos não estão conseguindo mantê-los, se vendo obrigados a fechar. Conforme o presidente da CDL, isso não é bom nem para os empresários, nem para a administração dos shoppings e, muito menos, para os consumidores finais. Citou pesquisa feita pela CDL PoA com proprietários de lojas, indicando que, se os pedidos de moderação não forem atendidos, pode ocorrer aumento nos espaços vazios dos shoppings (vacância).
Os principais pedidos dos lojistas são a redução do aluguel, da multa rescisória, e do fundo de promoção, eliminação do 13º aluguel e prestação de contas clara dos custos e despesas condominiais e de ocupação.