Ao avaliar negócios na América Latina, a consultoria TrendWatching listou cinco tendências para empresas da região em 2017. O estudo busca entender o futuro do consumo, e não apontar mágicas ou truques para as companhias rechearem os cofres nos próximos meses, explica a gaúcha Luciana Stein, estrategista da TrendWatching:
– Os conceitos existem há bastante tempo, mas não havia exemplos na região. O que é diferente agora não é o que as marcas estão fazendo, mas como estão fazendo.
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1. Marcas disruptivas
É a ascensão de startups que buscam oferecer eficiência, simplicidade e custos reduzidos em seus produtos, segundo a TrendWatching. Para a consultoria, um exemplo é a fintech brasileira Nubank, cujo cartão de crédito é administrado pelo usuário.
– A confiança do cliente era dada apenas a empresas que já estavam no mercado. Hoje, as marcas disruptivas se beneficiam por não serem conhecidas – destaca Luciana.
2. Equalizationall
O termo define a postura de companhias que procuram ser mais inclusivas, com soluções para clientes de diferentes perfis, como pessoas de deficiência. Entre as marcas citadas pela TrendWatching está a Natura, com ações para casais do mesmo sexo, lembra Luciana.
– A ideia de que discriminação é crime existe há pelo menos 10 anos no Brasil. Apesar disso, as marcas não procuravam criar produtos específicos para determinados consumidores – comenta.
3. Built-in brands
Luciana analisa que há maior preocupação de empresas em desenvolver ações criativas em canais e estruturas já existentes na América Latina. A ideia é inovar para aumentar o acesso a produtos, serviços e campanhas de marketing.
A TrendWatching menciona ação de uma companhia gaúcha, a Tramontina. A marca de Carlos Barbosa criou circuito em que interessados fazem test-drive em máquinas cortadoras de grama e, enquanto isso, limpam praças que precisam de manutenção.
4. Batalhadores emergentes
O termo sublinha o fortalecimento de práticas empreendedoras. Um dos motivos da tendência, salienta a consultoria, é o quadro econômico conturbado de alguns países latinos, como o Brasil.
– Várias marcas tradicionais perderam espaço por terem sido lentas nos processos de inovação – ilustra Luciana.
5. Captura de capacidade
A última das tendências apontadas pela TrendWatching é referente a um aspecto que pode amenizar impactos da crise econômica no país: o uso da capacidade ociosa de recursos. A consultoria acrescenta que, além da produtividade, as empresas devem entender que os clientes querem reduzir o desperdício e os "rastros ambientais e sociais" do consumo.