A decolagem de oito pontos percentuais, em 22 meses, na diferença entre o que os bancos pagam aos aplicadores e o que cobram nos empréstimos (spread) está na origem do anúncio desta terça-feira do Banco Central (BC). No entanto, o conjunto de "ações estruturais", como definiu o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, não permite projetar efeitos rápidos.
Vai mudar um dos principais componentes do spread, o compulsório, mas Ilan foi vago ao sinalizar apenas "simplificação" das exigências sobre quantias que são esterilizadas no BC. O presidente do banco foi mais direto ao avisar que vai cobrar formalização da autonomia "de facto".
– O BC atua com autonomia, mas precisa se beneficiar dos frutos dessa condição legal – afirmou.
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Perguntado sobre se a instituição não deveria operar como o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que tem duplo mandato – controle da inflação e pleno emprego –, Ilan comentou que a meta de inflação "já contempla o duplo mandato". Mudanças no crédito rotativo do cartão de crédito e do prazo de pagamento ficaram para depois.