O dado foi atualizado nesta terça-feira, feriado no Brasil: o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) estimou que, nos sete dias que se seguiram à vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos, os mercados emergentes perderam US$ 6 bilhões, entre saídas de investidores do mercado de capitais e pressão sobre moedas.
É uma estimativa provisória, por enquanto comparável à segunda-feira negra de agosto de 2015 provocada pelos temores com o derretimento da bolsa chinesa. Os mercados não se preocupam com a ressurreição de uma Ku Klux Klan animada com a eleição de Trump. Temem seu discurso antiglobalização, anti-integração e até anticooperação – a relação com a Otan está na mira do republicano. E temem o desequilíbrio que sua gestão pode causar no maior PIB do mundo.
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À medida que a escolha de assessores – e os problemas entre eles – desidratam a tese de que a gestão do eleito seria totalmente diferente de seu discurso, as preocupações aumentam. Em artigo publicado no site do The New York Times, o ex-primeiro ministro da Suécia Carl Bildt foi mais longe no alarmismo, afirmando que as promessas de campanha de Trump representam o ''fim do Ocidente, tal como o conhecemos''.
No salve-se quem puder do Trumponomics, como é chamada a Era Trump na economia, um alento veio do Reino Unido. O vazamento da informação de que o gabinete da primeira-ministra Theresa May ainda não tem – e enfrenta dificuldades para traçar – um plano para sair da União Europeia é um sinal de que as instituições mostram resiliência frente ao obscurantismo.