Um patrocínio inesperado ao Grêmio no primeiro jogo da final da Copa do Brasil rendeu especulações. Na mangas da camiseta, em posição de destaque, apareceu um nome familiar a muitos gaúchos, mas sem operações no Estado: Havan.
A rede de 94 lojas, que vende de eletrodomésticos a roupas de bebê, foi procurada pelo clube, relata seu proprietário, Luciano Hang, catarinense de Brusque. Mas ele não revela valor do patrocínio nem time do coração.
– Sou o maior torcedor do Grêmio do Brasil neste momento – afirma divertido o pai do colorado Mateus, 16 anos, entusiasmado com a repercussão da associação da marca com a partida.
Leia mais
Agas premia a primeira empresária do ano, a diretora da Gota Limpa
CEEE-D devia R$ 127,7 milhões em ICMS ao Estado. E parcelou...
"No Brasil, é cada um por si e Deus por todos", aponta CEO do Estaleiro Atlântico Sul
Na quinta-feira, ainda estava em Belo Horizonte, não para acompanhar o jogo, mas para visitar as filiais mineiras. Conta que recebeu até ligações de Portugal para cumprimentar pelo "pé quente", e planeja assistir ao segundo jogo com a família – Mateus inclusive – em Porto Alegre.
Com faturamento de R$ 4,073 bilhões em 2015, Hang projeta crescimento acima dos 15% nominais obtidos no ano passado, com vendas médias em queda. Prevê abertura de ao menos seis lojas em 2017, e sabe que a centésima será em Rio Branco, no Acre – a 5 mil quilômetros da matriz. E no Rio Grande do Sul?
– Temos uma vontade grande de estar no RS, mas sempre foi muito difícil. A primeira filial deveria ter sido em Porto Alegre. Encaminhei o projeto em 2000, esperei seis anos e nem sequer foi analisado. Construí 93 lojas e nunca mais retornamos. Depois tentamos fazer uma loja de 20 mil metros quadrados em Canela, mas aí a burocracia não deixou construir a estátua da liberdade (réplicas caraterísticas da rede) no nosso padrão, de 35 metros de altura. Só permitiam a metade. Quando o Grêmio nos procurou, fizemos o patrocínio porque temos muitos clientes e parceiros gaúchos, como Medabil, Tramontina e Mor. Quem sabe um dia sejamos felizes no Rio Grande do Sul, mas até agora temos encontrado muita burocracia – comenta.
Patrocínios no futebol são comuns para a Havan – nome criado a partir da combinação da primeira sílaba do sobrenome do proprietário e do nome de um antigo sócio, Vanderlei. Vão do time de Brusque, passam pelo Joinville e até o Santos, além do campeonato catarinense e da Seleção. A "maior crise da história do Brasil", na descrição de Hang, atropelou o audacioso projeto de expansão da empresa – em 2014, chegou a construir 1 mil m² por dia para novas lojas.
O time de 15 mil pessoas foi enxugado para 10 mil nos dois anos de recessão, resultado de um plano que aumentou a produtividade em 28%, com redução de despesas e melhoria de processos. De olho nas compras dos gaúchos e na torcida de Mateus, o "maior torcedor do Grêmio" avisa:
– Se um dia surgir a oportunidade, vamos estar ao lado do Internacional.