Mesmo admitindo que a decisão do BNDES esteja correta, e financiar usinas a carvão possa ser um desafio confiado aos chineses, ainda é tímida a articulação gaúcha na briga por garantir parques eólicos no leilão de dezembro. Admitindo-se, ainda, que seja possível aprovar menos de um décimo dos projetos apresentados, estão em questão ao menos R$ 1 bilhão em investimentos.
Ainda é muito dinheiro, mais do que em qualquer outro setor que esteja tentando reagir à crise. O Rio Grande do Sul faz pouco para tentar reverter uma nota técnica sobre a qual não existe consenso. Em situação muito mais grave do ponto de vista da conexão elétrica, Bahia e Rio Grande do Norte estão mais mobilizados.
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Conforme o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, a pasta fez um pedido de audiência sobre o tema ao Ministério de Minas e Energia. Ainda é pouco, mas é melhor do que apenas um ofício, informação que havia até o início desta semana. Redecker observa que há outras iniciativas, como canais diretos do governador José Ivo Sartori com o governo federal, além de contatos com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
– O governo está se mobilizando, cobrando respostas, mas não podemos controlar a agenda do ministro. Fizemos nosso dever de casa ao garantir licenciamento (condição para os empreendedores participarem do leilão) – afirma Redecker.
Enquanto espera uma solução negociada, o grupo de empreendedores diretamente afetado pela decisão também começa a se mover.
– É fundamental que Estado e setor privado se mobilizem. Existe solução técnica, financeira e econômica, é só buscar – afirma Telmo Magadan, que conduziu a construção do primeiro parque eólico gaúcho, em Osório, com investimento espanhol, e agora tenta emplacar projeto solo em Tapes.