O cearense Luiz Sérgio Vieira, 45 anos, conhece como poucos a multinacional Ernst & Young (EY), uma das maiores consultorias do país. Há 24 anos na empresa, passou por escritórios no Brasil e no Exterior antes de assumir, em julho deste ano, o cargo de CEO. Após visita a Porto Alegre, na última sexta-feira, Vieira conversou por telefone com a coluna. Destacou a importância do Estado para a EY, listou as principais demandas dos clientes durante a crise e analisou o cenário de inovação no país, uma de suas principais preocupações à frente da consultoria.
Veja os principais trechos da entrevista:
CAPITAL ACIMA DA MÉDIA
"O escritório de Porto Alegre é muito importante para a EY e deve continuar crescendo mais do que a média nacional da empresa. De julho de 2015 a junho de 2016, teve alta de 33% em relação ao ano anterior. Nesse período, a média de avanço no país foi de 10,6%. A economia ainda precisa de ajustes, mas nossa meta é continuar com crescimento de dois dígitos."
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INOVAÇÃO NO PAÍS
"O Brasil vai mal em competitividade. Isso está relacionado à inovação. Mas é preciso destacar que a tecnologia abre oportunidades, e o Brasil deve se reinventar como país. Estamos em um mercado globalizado, e a inovação é fundamental. Apesar de não ser tarefa fácil, as empresas precisam trabalhar nessa área, e a preocupação delas vem aumentando, o que é bom."
EFEITOS DA RECESSÃO
"Com a crise, as demandas de nossos clientes mudaram muito. As empresas passaram a ter olhar mais atento para custos e gestão de recursos. Por conta das investigações que surgiram no país, também têm maior preocupação para evitar fraudes. Por outro lado, houve queda na procura por serviços no setor de transações. A demanda que recebemos mostra a preocupação dos clientes para aumentar a eficiência dos processos."