No final do mês em que Porto Alegre se viu outra vez sitiada por crimes brutais – decapitações, esquartejamentos –, a coluna propõe quatro filmes que ajudam a tentar interpretar os complexos fenômenos que se combinam para levar a uma situação insustentável de falta de segurança. As abordagens vão das causas às consequências, da convivência com o medo ao impacto na economia.
Entre os Muros da Escola (2008)
Um professor de língua francesa em uma escola de ensino médio na periferia de Paris tenta superar barreiras no aprendizado, que vão do idioma às circunstâncias socioeconômicas dos alunos. Mostra o papel da educação na tentativa de driblar o caminho da violência e, embora se passe na França de 2008, não difere muito das salas de aula das escolas públicas do Brasil de 2016.
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Babel (2006)
Longe das fórmulas que glamourizam a violência, o filme de Alejandro Iñarritu aborda a banalidade das circunstâncias dramáticas que ameaçam a vida e o bem-estar de pessoas ao redor do globo e de suas conexões com a incapacidade de comunicação – daí o título. Embora contenha estereótipos, ao menos oferece um olhar reflexivo sobre os fenômenos.
Crash (2005)
Um clássico de como o cinema vê a violência urbana, parte de um roubo de carro para se desdobrar em outros episódios que envolvem situações de conflito social e étnico a partir do ponto de vista de policiais, traficantes, imigrantes. Também reflete, em uma Los Angeles acossada no pós-11 de Setembro, a exposição de todos ao conflito.
As Cores da Violência (1988)
Em uma Los Angeles amedrontada por gangues de adolescentes sem perspectiva social, que acabam formando organizações criminosas, discute a aparente inferioridade numérica e técnica da polícia. Foi criticado por todos os lados – antipolicial, racista e glamourizador de gangues –, mas acabou se tornando uma espécie de precursor em levar o tema da violência urbana aos telões.