Um sindicato que já foi símbolo de poder de pressão e chegou a colocar uma das maiores estatais gaúchas em situação defensiva agora enfrenta dificuldades financeiras. Para quitar dívidas, o Senergisul, que representa os eletricitários da CEEE, terá que entregar o prédio de sua sede, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, à Federação Unimed RS, conforme a diretoria da entidade.
Presidente do sindicato, Jorge Bastos avalia que as dívidas alcancem de R$ 30 milhões a R$ 35 milhões. Quem acompanha o assunto estima que esse valor corresponde a praticamente todo o patrimônio do Senergisul.
– O imóvel poderia ir a leilão, mas a Unimed nos procurou para fazer a troca pela dívida – conta Bastos.
Segundo o presidente, o prejuízo foi acumulado ao longo dos anos em que o plano de saúde do Senergisul era gerido pela própria entidade, encerrado somente em 2013 depois de décadas de vigência. Com o acordo judicial, a sede do sindicato será realocada para um imóvel alugado, também na Rua Barbedo. Bastos também admite que os outros 10 prédios do Senergisul estão em situação de penhora.
– Assumimos a direção (do sindicato) em 2014. O plano de saúde provocou dívidas muito grandes com bancos, fornecedores e hospitais – relata.
Procurada pela coluna, a Unimed confirmou, em nota, que "está em negociações com o Senergisul em relação aos créditos que possui junto àquele sindicato".