No mercado financeiro, a quinta-feira foi de quase euforia – a bolsa teve a sétima alta seguida, de 1,62%, superando os 55 mil pontos, o que não ocorria desde maio de 2015, e a cotação do dólar voltou a recuar, para R$ 3,26. Na economia real, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), deu um sinal de alerta com a queda de 0,51% em maio na comparação com o mês anterior, a maior desde janeiro. Foi uma advertência na observação dos sinais vitais da economia real.
O resultado do indicador não derrota mas abala o certo consenso de que a crise amainara a partir do início do segundo trimestre. Contrasta com o entusiasmo no mercado, mais “virtual”, especialmente porque boa parte dos motivos do ânimo financeiro provém do Exterior, com juros baixos que favorecem a especulação transnacional.
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Como a coluna já advertiu várias vezes, não se pode esperar sair de uma crise tão grande quanto a em que o Brasil mergulhou de um mês para outro, sem uma longa fase de transição em que se misturarão sinais positivos e negativos. É por isso que, até agora, o que existem são luzes verdes (melhorou), amarelas (parou de piorar) e vermelhas (continua ruim) que piscam alternadas no painel dos sinais vitais do Brasil.
O que a bolsa e os operadores de câmbio comemoraram nesta quinta-feira foi a vitória do governo com a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, e também indícios de que as grandes economias vão manter juros baixos e programas de estímulo ainda por certo tempo. Mas a economia real segue sob o peso de uma queda acumulada em 5,5% em 12 meses. A convalescença vai levar tempo.