Acompanhado por uma comitiva de jovens executivos chineses, comandada por Chang Rui, vice-presidente da Foton Motors, o presidente da Foton Aumark Brasil, Luiz Carlos Mendonça de Barros, afirmou nesta terça-feira, no Palácio Piratini, que a produção de caminhões da marca no Brasil começa entre julho e agosto, ainda nas instalações da Agrale, de Caxias do Sul. Essa fase deve durar um ano. Para o início de 2018, Mendonça prevê o início da produção na nova fábrica de Guaíba.
– Agora, dependemos muito pouco de coisas externas. Temos todas as licenças para os caminhões, temos a licença de operação da fábrica, não dependemos mais da escritura do terreno, o financiamento do BNDES já está em contratação, o Banrisul tem 60 dias para contratar o empréstimo – afirmou Mendonça.
No evento no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori evitou chancelar a previsão de criação de 300 empregos com o início das atividades da Foton. Cauteloso, condicionou qualquer projeção à confirmação dos próximos passos da empresa. Segundo o governador, o momento é de dificuldades, mas o Estado não pode ficar parado, por isso está tentando negociar com todas as empresas que têm interesse em investir no Estado.
– Temos cuidado para não haver mais frustração em Guaíba. Queremos que o contrato assinado seja um contrato realizado – afirmou.
Mendonça disse saber do ceticismo que cerca o projeto no Estado, compartilhado, no início do projeto, por técnicos do BNDES. Depois de ver o avanço das etapas de comprometimento da fabricante chinesa, relata Mendonça, a unidade da Foton no Estado passou a ser tratado como ''primeiro projeto industrial chinês no Brasil que o BNDES financia". O banco público vai financiar R$ 65 milhões do projeto total de R$ 250 milhões. Na primeira fase, a Foton do Brasil vai entrar com R$ 105 milhões para garantir os R$ 170 milhões da primeira fase do projeto. Até 2015, a empresa chinesa vai assumir a totalidade do projeto.
– Agora, o risco é praticamente zero. O que aconteceu, e eu reconheci lá em Guaíba, é que houve atrasos.
Havia expectativa de que os executivos da Foton anunciassem hoje a entrada de capital chinês no projeto, mas isso não ocorreu. Conforme Mendonça, o que vai ocorrer é um processo em que a Foton Internacional entrará no capital da Foton Aumark brasileira. Segundo Mendonça, é uma medida necessária para facilitar o ingresso de chineses no Brasil.