Não bastava uma das maiores recessões da história do país, desemprego crescente, salário de servidores parcelados no Estado. São Pedro também resolveu conspirar contra o comércio de vestuário premiando os gaúchos com o abril mais quente em nove décadas.
E no centro do país não está muito diferente, o que fez o presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, comentar que tem 35 milhões de peças de inverno estocadas neste momento.
Segundo o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, as vendas de artigos relacionados a frio – desde roupas até eletrodomésticos – “despencaram” na primeira quinzena de abril em relação ao mesmo período do ano passado. Os mais bem-humorados já chamam este início de estação, carinhosamente, de “estouno-inferno”.
O problema se agrava na medida em que os lojistas não têm mais em estoque produtos do verão, que até teriam procura. Agora, estão todos de olho na meteorologia.
– O comerciante costuma repor esses itens até o início da segunda quinzeda de março. Agora, só temos meia-estação e inverno. Não tem mais manga curta – lamenta Kruse.