O empresário Alexandre Grendene, anunciado ontem como Prêmio Competitividade Exportação da ADVB, disse à coluna, na terça-feira, que o aumento de ganho vem do dólar mais alto, embora os volumes sigam os mesmos. A Grendene exporta mais de 40% de sua produção no Brasil, mas se ressente da oscilação do câmbio:
– Uma hora está a R$ 4, outra em R$ 3,50, é muito ruim para o planejamento. Por anos e anos, sofremos com o dólar irreal. Agora, começou a melhorar, mas não é de uma hora para outra que se amplia o mercado.
Grendene desconversa sobre os próximos passos da empresa, lembrando que a cautela costuma ser a diretriz dos negócios:
– A Grendene é uma empresa muito tradicional, muito sólida, faz as coisas com muito cuidado, sempre cresceu em toda sua história, nunca teve prejuízo, só teve lucro, é muito conservadora. Estamos tocando como sempre tocamos. Diante das dificuldades, tentamos ganhar um pouco mais de mercado.
Na avaliação de Grendene, o Brasil vive “uma época muito difícil”, para a qual ele não vê melhora a curto prazo. O empresário, que não comenta o impeachment – “não opino sobre política” –, afirma que é preciso “resolver o problema do Brasil, de uma maneira ou outra”.
– O país não pode ficar da maneira que está.