A cidade bucólica que Bruxelas um dia já foi mudou radicalmente quando se tornou sede informal da União Europeia. O ''informal'' é relativo apenas à falta de formalização, porque Bruxelas abriga não apenas a sede da Comissão Europeia (no edifício Berlaymont), espécie de poder executivo do bloco, e o Conselho Europeu (no edifício Justus Lipsius), que é mais simbólico e político, porque formado pelos chefes de Estado dos 27 países que formam a organização. Também funciona na cidade uma das sedes do Parlamento europeu, que atua ali na maior parte do tempo, complementando atividades em Estrasburgo, na França.
A cidade movimenta, acima de tudo, o que no continente é chamado de ''burocracia europeia'', hordas de funcionários que costumam ser alvos de críticas dos cidadãos do bloco. Como toda cidade que concentra poderes Executivo e Legislativo, Bruxelas se tornou um centro de lobby de empresas, que defendem ali seus interesses frente à complexa e abrangente legislação do bloco. Também acabou atraindo sede de empresas multinacionais, interessadas em compartilhar o código postal com a capital informal do maior bloco econômico do planeta.
Mais do que uma facilidade logística, portanto, Bruxelas é um símbolo. De poder, de burocracia, mas também de uma sociedade que tentou superar um passado de guerras e violência com a união e a integração. É esse símbolo e esse modo de enfrentrar diferenças que o Estado Islâmico quer explodir.