Não, não seremos óbvios. Ou melhor, seremos, mas não muito. Em vez de falar sobre filmes de Carnaval – quem gosta já está perdido em um bloco ou em pré-concentração na escola de samba – a coluna escolheu falar sobre clima.
Seja do ponto de vista do impacto econômico, seja do medo humano que despertam, tempestades são tão assustadoras quanto cinematográficas. Falar sobre o risco que embutem e a necessária prevenção é uma necessidade que se impõe.
Força Maior (2014)
O desastre natural – no caso, uma avalanche – é só o elemento detonador de estragos mais humanos do que físicos. É uma coprodução entre Suécia, França e Noruega que venceu o Grande Prêmio do Júri na mostra paralela Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2014. É daquele tipo 'evento que detona processo que só se agrava até o final do filme'. Não espere ação, está mais para muita falação. Mas é intrigante.
Acima das Nuvens (2014)
O fenômeno climático aqui não é nem fisicamente devastador nem é o detonador de tempestades emocionais, mas uma espécie de coadjuvante, charmoso até pelo nome: serpente de Maloja (pronuncia-se Malôia). Mas a formação que aparece em um filme em P&B de 1924 é instigante, e o filme expõe não só os personagens, mas as atrizes – a sempre excelente Juliette Binoche, uma surpreendente Kristen Stewart e Chloë Grace Moretz em registro bad girl.
O Impossível (2012)
É "o" filme sobre o tsunami que varreu praias badaladas da Tailândia em 2004, baseado em fatos reais. A história envolve muito sofrimento e superação, como boa parte da produção hollywoodiana, mas as imagens iniciais já valem uma espiada. Muitos dos figurantes, são na verdade sobreviventes do trágico tsunami de 2004.
O Dia Depois de Amanhã (2004)
Além de ver um Jake Gyllenhall jovenzinho, tem um dos enredos mais preocupados em dar base fática aos eventos, até porque o protagonista é um climatologista – claro, com a licença da ficção. Ajuda a esclarecer sobre o real impacto do aquecimento global, que, na trama, aciona nova era glacial. Uma das situações mais curiosas é o fato de os americanos se tornarem refugiados no México.
Twister (1996)
O mais interessante é como o filme mostra o trabalho de cientistas que, em vez de fugir de, perseguem tornados. A intenção é conseguir colocar sensores para colher informações que permitam prever o fenômeno com mais antecedência. Toda essa atividade é permeada pelos habituais conflitos e reviravoltas – como construir uma história sem? –, mas é interessante para curiosos de climatologia.
