Mudanças na Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), da Eletrobras, abriram um contencioso com a gaúcha Companhia Riograndense de Mineração (CRM), com risco para o abastecimento de energia no Estado. A CRM fornece carvão para a termelétrica Presidente Médici, da CGTEE, responsável por 99% de sua receita.
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Desde novembro, quando a Eletrobras indicou Francisco Romário Wojcicki como presidente para a CGTEE, pediu que reduzisse o pesado prejuízo acumulado. Interrompeu repasses à CGTEE que, por sua vez, cessou pagamentos à CRM. Conforme o presidente da CRM, Edvilson Brum, caso não seja sanado, o débito atingirá R$ 50 milhões nesta sexta-feira - R$ 37 milhões acumulados e R$ 15 milhões que vencem na data.
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Caso a CRM não receba, existe o risco de que tenha de interromper atividades por falta de pagamento a terceirizados na mina de Candiota. Sem carvão, a térmica para, e sem a térmica, o fornecimento de energia fica em risco, avisa Brum:
- Há aceno para a primeira segunda-feira depois do Carnaval, mas se não quitarem parte importante até sexta-feira, não dá para manter a atividade.
Em nota à coluna, a CGTEE admite "grande dificuldade financeira para honrar os compromissos assumidos" mas afirma que pretende "regularizar as obrigações contratuais". Sobre o risco de suspensão do fornecimento de carvão, "com prejuízo para o Sistema Interligado Nacional", a CGTEE pondera que há "cláusulas de salvaguarda", mas não detalha que tipo de garantias seriam essas.