O BGT Pactual pode sobreviver ao tsunami da prisão de André Esteves, avalia Herbert Steinberg, sócio-fundador da Mesa Corporate, consultoria de governança corporativa. Pode reverter a queda nas ações e segurar o aumento dos saques. Até porque o que se sabe até agora sobre as causas das prisão não parecem autorizar maiores tensões.
O problema é o risco de uma segunda ou uma terceira ondas. O foco colocado sobre a diversidade e o rápido crescimento dos negócios da instituição pode gerar apurações sobre "o que mais tem", ou seja, a prisão pode suscitar “investigação das derivadas”, como define Steinber:
– Até agora, o que ocorreu com o banco estraga, risca a reputação, mas não destrói. O problema é que não se sabe até onde foi a gestão exótica do banco e dos demais operações. É preciso saber a extenção das suspeitas.
E explica: as estruturações de negócios comandadas por Esteves eram brilhantes, mas a pujança incomparável gera desconfianças.
– Não se sabe se ele vai ficar preso algumas horas, alguns dias, algumas semanas, e se vão aparecer outras coisas. Como agora fica visível que ele está em tudo, as pessoas começam a fazer perguntas – acautela-se o especialista.