Calendário apertado, competições sobrepostas, jogo em cima de jogo e regulamentos específicos: a mistura de informação e desinformação na reta final da temporada de 2020 no Brasil abre diversos debates entre torcedores. Um deles diz respeito à relação do Grêmio com as decisões do Palmeiras na Libertadores e na Copa do Brasil.
Uma das principais questões que apareceram para mim, na última semana, sobre o cenário atual do futebol brasileiro partiu da torcida do Grêmio. Afinal, se o Palmeiras for campeão da América no próximo dia 30 de janeiro, no Maracanã, ele já terá uma vaga para a fase de grupos da competição em 2021. Logo, o Grêmio estaria garantido na Libertadores mesmo sem ganhar a Copa do Brasil, correto? Errado.
O regulamento da Copa do Brasil é muito claro sobre esta situação. No artigo 5º do Capítulo 2 do documento, a CBF é peremptória ao escrever que "o clube vice-campeão da Copa do Brasil não terá direito, através desta competição, à vaga na Conmebol Libertadores".
Além disso, no parágrafo anterior a este citado acima, o regulamento prevê que o clube campeão da Libertadores e também da Copa do Brasil ficará com a vaga pela conquista continental, enquanto que a outra vaga será repassada ao Brasileirão, conforme ordem de classificação na tabela.
Agora é hora de refletir e projetar. Na tabela atual do Brasileirão, o Grêmio é quinto colocado. Logo, hoje o clube teria classificação tão somente para as fases preliminares da Libertadores. Bom, mantendo-se este cenário, caso o Grêmio perca a final da Copa do Brasil para o Palmeiras (lembrando que, nesta hipótese, os paulistas são campeões da América), o Tricolor "receberá" automaticamente uma vaga direta para a fase de grupos. Curioso, não?
A vaga do Palmeiras campeão da Copa do Brasil é transferida para o quinto colocado do Brasileirão. No caso, o Grêmio. Nesse contexto, as vagas para a chamada "Pré-Libertadores" iriam para Fluminense (sétimo) e Corinthians (oitavo) na tabela de classificação. Haveria, portanto, a confirmação do insólito G-8 do Brasileirão.