Antes de tudo é preciso dizer que não há atrito da imprensa com o Grêmio. E não há com nenhum outro clube. Isso é narrativa de internet para criar situações bélicas. É o popular “jogar para a torcida”. Considerei desastrosas as entrevistas no pós-jogo do Grêmio no último sábado. Pouco se falou na vitória de goleada, na qualidade de Pavon, ou na estreia com gol de falta de Diego Costa. O tom foi agressivo, nervoso. Renato optou por rebater críticas e Antônio Brum por achar um inimigo imaginário.
A minha pergunta é: qual o problema das críticas? O Grêmio sofreu 12 gols em 12 jogos na temporada. Está posto um problema que vem desde o ano passado. Cobrar um time que vaze menos às vésperas de competições mais difíceis é a coisa mais natural do mundo. A ausência de Renato em Ijuí também. Não o time escalado contra o São Luiz, conforme justificou o técnico, mas a ausência dele na final da Recopa. Não há nada de errado ou exagerado nessas observações.
A entrevista do vice de futebol Antônio Brum foi provinciana. A velha tática do condicionamento é completamente ultrapassada. Fez cobranças duras à Federação Gaúcha por decisões previamente tomadas, todas com o aval dos clubes, inclusive do Grêmio. A data da Recopa e as finais do Gauchão, em meio à estreia do clube na Libertadores, foram acertadas em novembro do ano passado. A cobrança sobre a arbitragem é ainda mais sentido, quando os lances polêmicos do Gre-Nal envolvem o VAR, algo que também passou pela decisão dos clubes.
Não há motivos para esse tom nos discursos. O torcedor não precisa ser punido com treinos fechados. É o torcedor que ouve o relato do repórter que acompanha a atividade. Eles querem saber se Diego Costa está evoluindo fisicamente e se Pavon segue marcando gols nos treinamentos. O Grêmio pode surfar em uma nova onda. A de que os reforços estão mudando a cara do time é uma delas.