Você vaia Bruno Fuchs a cada erro em campo? Ele é garoto e sente. Como está nervoso ele falha mais. Você apupa mais e mais e mais. Ele se retrai. Não tenta mais nada. Faz o básico. E hoje, no futebol, básico é aposentadoria precoce. Consequência: Bruno Fuchs sai por empréstimo, pouca grana. Preço fixado lá embaixo. E dá certo em outro clube. Tipo Lucas Lima no Santos. Ou Ricardo Goulart no Cruzeiro. Assistindo a esses sucessos você xinga o Inter que não os aproveitou. Mas você os vaiava no Beira-Rio. A cada passe errado. E criava o círculo vicioso matador de guri.
Você sabe como o Flamengo montou uma seleção? Vendendo garotos da base. Sabe qual a única possibilidade de o Inter ganhar dinheiro? Celeiro de Ases. “Mas, Potter? Esses guris não jogam nada!”. Não sei. Não dá tempo de ver. Porque a cada falha você vaia. E ele fica acabrunhado a cada lance. E, assim, será feliz em plagas distantes.
Garotos precisam de tempo. Paciência. Só raros meninos craques saem entortando zagas adversárias, dominando a grande área. E cada guri tem uma característica de lidar com a voz negativa. Enfim, você faz o que quiser no estádio. O dinheiro é seu. A carteirinha de sócio é sua. Mas, saiba que vaiar garotos e ter impaciência com eles é a jogada menos inteligente a se fazer. Porque quem perde é o seu clube. E, por consequência, você. E sua conta bancária que colocou em débito automático a associação. Ou que comprou no cartão um ingresso para o Beira-Rio.
Bruno Fuchs? Nem sei se é um bom, mau ou grande jogador. Mas saiba que lhe garantirei a hoje preciosa paciência. Depois de vários jogos, de uma sequência considerável, tirarei uma melhor conclusão. Porque não posso mais perder garotos por insensatez na arquibancada e nas redes sociais.