A Apanhador Só retoma as atividades neste sábado. No palco do Theatro São Pedro, vão apresentar as músicas de Meio que Tudo É Um – o disco é menos raivoso do que o anterior e cheio de experimentações, como é da natureza dos guris. Tudo isso vai para o palco, que terá uma ilha especial, com duas baterias e percussões pouco convencionais, como latas e panelas.
Antes do cancelamento do show, que aconteceria em agosto, visitamos o ensaio dos guris – antes de Lorenzo Flach substituir Diego Poloni nas guitarras – e conferimos como eles estavam se preparando para levar o disco para o palco.
Confira a conversa que tivemos com o vocalista da Apanhador Só, Alexandre Kumpinski, nesta semana, antes do show de lançamento de Meio que Tudo É Um:
Como foi pensado o show de lançamento deste novo disco, que é bem experimental?
Este é o disco com a maior gama de timbres que a gente já gravou. Além dos instrumentos mais tradicionais e dos objetos da percussão-sucata, usamos muitas ambiências e gravações que a gente fez durante turnês da banda ou mesmo viagens pessoais com equipamentos de gravação portáteis: o som da turbina de um avião, pios de pássaros engaiolados à venda num mercado, o toque do sino de uma igreja. Vários sons que registramos por aí foram usados nas músicas como elementos musicais, mesmo, não só como um pano de fundo sonoro. A gente deu um jeito de levar tudo isso para o palco, seja disparando os sons com equipamentos de música eletrônica, seja emulando eles com os objetos/instrumentos que é possível levar ao palco
O fato de esse disco ser "menos agressivo" do que o anterior repercute na execução dele no palco?
Sim. O show do Meio que Tudo É Um é menos intenso em agressividade do que era o show do Antes que Tu Conte Outra. E mais malemolente, mais dançante. Tem menos guitarra e mais percussão. Gosto da brincadeira de que esse é um momento nosso menos "mordido" e mais "salivante".
No tempo em que vocês ficaram parados, chegaram a mexer no arranjo das músicas?
Naturalmente, durante os ensaios, a gente sempre acaba mudando um pouco um que outro arranjo. Acrescenta uma introduçãozinha aqui, bola uns backings novos lá. Mas como o show é de lançamento, ainda estamos de uma forma geral tocando os arranjos de uma forma bem fiel ao disco. Até porque ainda não deu tempo de enjoar de tocar as músicas, que é um dos grandes combustíveis pra reinventar os arranjos.