Primeiro, mérito aos vencedores. A vitória do Juventude foi mais do que merecida na noite gelada de Caxias do Sul. Estratégia perfeita colocada em campo pelo técnico Marquinhos Santos. Paulinho Bóia foi o principal personagem da partida. O placar de 2 a 0 foi construído com autoridade sobre um Grêmio completamente perdido. Com defesas importantes, o goleiro Gabriel Chapecó evitou um estrago maior no marcador.
A ideia inicial de Tiago Nunes, em apostar no meio-campo com Darlan, Matheus Henrique e Victor Bobsin, não funcionou. Faltou criatividade. Diego Souza ficou abandonado na frente. As trocas feitas pelo treinador no intervalo, Ricardinho e Jean Pyerre, não resolveram.
É importante apontar que, quando o coletivo afunda, as individualidades acabam sucumbindo. Rafinha e Diogo Barbosa naufragaram nas laterais — na defesa e no ataque. Amordaçado pela marcação, Ferreira pouco conseguiu vitória pessoal sobre os oponentes. O camisa 11 tem deixado a desejar.
Na zaga, Paulo Miranda acabou entregando de presente o segundo gol do Papo para Matheus Peixoto. Importante também destacar as posturas de Douglas Costa, que ficou em campo até o final da partida, e de Geromel. Ambos foram os únicos que mostraram capacidade de indignação no momento em que a derrota era iminente.
Fica a dúvida: qual caminho o Tricolor vai seguir a partir de agora? As entrevistas pós-jogo indicaram que uma grave crise está instalada na Arena.
O vice de futebol Marcos Herrmann falou em buscar fato novo, sem conseguir deixar claro o que isso seria na prática. Já o presidente Romildo Bolzan Jr apontou que a vitória sobre o Atlético-GO é uma obrigação para a continuidade do trabalho.
Tiago Nunes fica no meio de tudo, extremamente pressionado. Será que o treinador consegue reverter a situação? E onde entra a cobrança ao grupo de jogadores? Uma certeza é que eles também são responsáveis pela campanha vexatória do Grêmio no Brasileirão. Há muita acomodação no vestiário.
O cenário atual mostra que escapar do rebaixamento é o principal objetivo agora. Mesmo vencendo no domingo (4), o Tricolor não deixa o Z-4. A impressão é que a forte turbulência parece ter atordoado a todos no clube. Por isso, o Grêmio está perdido.