Grêmio e Inter esperam a liberação de Arena e Beiro-Rio para as partidas decisivas do Gauchão. A preocupação do prefeito Nelson Marchezan Jr. é com a mensagem que a volta da bola rolando na capital passaria à população. Mas será que as pessoas ainda não tem consciência dos efeitos devastadores da pandemia na vida de todos?
As milhares de mortes, a tristeza das famílias e dos amigos e o risco de ocorrer um colapso no sistema de saúde não são suficientes? Claro que o medo prossegue. E os cuidados devem ser mantidos. As três rodadas disputadas comprovaram que os protocolos sanitários foram cumpridos à risca pelos clubes. Também não tivemos relatos de aglomerações de pessoas nas cercanias dos estádios.
Com jogos na Região Metropolitana — Alvorada, Eldorado do Sul, São Leopoldo e Cachoeirinha — a proibição das partidas apenas em Porto Alegre parece incoerente. Os leitos de UTI da capital também recebem pacientes dessas cidades. A liberação evitaria deslocamentos dos times. Os treinos coletivos já estão permitidos na capital há semanas. Os estádios de Grêmio e Inter tiveram alto investimento e estão preparados com uma bolha sanitária para receber os jogos.
O encontro definitivo desta sexta-feira (31) entre o comitê de crise da prefeitura, os presidentes da dupla Romildo Bolzan Jr e Marcelo Medeiros e da FGF, Luciano Hocsmann, vai bater o martelo. A pressão de outros setores da economia da cidade, que vive com severos limites de atuação, é outro fator que veta Arena e Beira-Rio. Por isso, a legítima dúvida de Marchezan parece ser mais mais política do que sanitária.