A Argentina se prepara para mais um capítulo da batalha travada pelo presidente Javier Milei, que quer permitir que os clubes possam adotar o modelo de SAD, a versão hermana da SAF.
Na semana passada, Chiqui Tapia foi reeleito por unanimidade presidente da AFA. O representante do Talleres, defensor das SADs, se retirou da reunião antes do final. O que explica os 100% de votos para Tapia.
Todos os demais clubes são contra a ideia de SAF. No último fim de semana, Milei concedeu entrevista à TV TN1 e comparou a reeleição de Tapia à situação política na Venezuela.
Também prometeu investigar a fundo a AFA e levar à Justiça a decisão de antecipar a eleição.
— Essa é uma das batalhas mais importantes que temos pela frente — disse o presidente.
O futebol argentino passa por uma crise financeira aguda. Porém, os clubes, com fortes raízes associativas e conectados de forma umbilical aos seus associados, se recusam a abrir-se para investidores. O que vai totalmente contra as ideias ultraliberais de Milei.
O Estudiantes, presidido por Juan Sebastian Verón, defende a abertura dos clubes ao capital estrangeiro.
Verón foi apresentado por Milei a um investidor norte-americano. O plano do chefe de Estado é fazer a tradicional equipe de La Plata um carro-chefe da transformação na forma de gerir os clubes.
Na mesma reunião que reelegeu Tapia, os clubes aprovaram a abolição do rebaixamento nesta temporada, mudando as regras da competição. Serão, portanto, 30 clubes em 2025, com dois campeonatos, um em cada semestre. As equipes serão divididas em dois grupos de 15 clubes. Os oito melhores de cada chave disputarão, em jogo único e local neutro, os confrontos eliminatórios.