Há quem diga que o Vinicius Junior do Real Madrid não se apresenta à Seleção Brasileira. Mas não há dois Vinis Jrs. Ele deixou isso ainda mais claro na goleada de 4 a 1 sobre o Paraguai, nesta sexta, sob as luzes de Las Vegas. Assumiu o protagonismo que lhe foi conferido e concentrou as ações da Seleção.
Liderou as investidas ofensivas, encarou os paraguaios e até cometeu excessos ao buscar sempre esse jogo baseado no conflito, no acirramento dos ânimos. Vini Jr. busca sua zona de conforto nesses entreveros, parece sentir-se bem de atuar sempre no limite de uma explosão.
A Seleção precisava da vitória, para aliviar a pressão depois do empate na estreia, com a Costa Rica. Mas precisava também que seu principal jogador fosse proeminente. Vini foi. Fez o 1 a 0 numa jogada em que começou e finalizou. Depois, fez o terceiro, se aproveitando de erro de Alderete, provocado pela pressão de Rodrygo. A noite ainda teve gol de Savinho e um jogo de alto nível de Paquetá, em que participou de três gols e fez o quarto de pênalti (antes, havia perdido um, cobrando para fora). Aliás, esse segundo foi cometido por Villasanti, que se despede da Copa América na terça e já poderá estar à disposição do Grêmio no outro fim de semana.
Apesar dessas boas novas, ficou nítido que a Seleção ainda tem um longo caminho pela frente. Não poderia ser diferente. Dorival completou recém seu sexto jogo no comando. São três meses apenas no cargo. Ainda busca os melhores encaixes e os casamentos adequados para fazer a Seleção jogar no nível que suas individualidades têm.
A partida de terça-feira, contra a Colômbia, será um bom teste. O Brasil precisa vencer para avançar em primeiro e escapar do Uruguai nas quartas. Porém, antes de pensar nas quartas, é preciso encontrar caminhos para superar uma Colômbia que joga em alto nível. Ainda está invicta sob o comando de Néstor Lorenzo, são dois anos sem derrota.