A Euro é um espetáculo dentro de campo, mas também expõe um continente em chamas fora dele por questões políticas e ressentimentos antigos. Nesta terça-feira (18), torcedores de Turquia e Geórgia trocaram socos no Signal Iduna Park, em Dortmund. Os jogadores georgianos ignoram as recomendações do governo, pró-Rússia, e pregam abertamente a adesão à União Europeia.
Albaneses e sérvios também entraram em conflito. A briga ali remete à guerra travada entre os dois países, entre 1998 e 1999, pela independência do Kosovo. Os ingleses, que nem gostam de uma briga, estavam em Gelsenkirchen e entraram na batalha campal apoiando os albaneses.
Na França, o avanço da extrema direita do país na eleição para o parlamento da UE provocou a reação de Mbappé na entrevista coletiva, convocando a população jovem a votar nas próximas eleições e brecar esse crescimento. Marcos Thuram e Dembelé, todos com pais de origem africana, engrossaram o coro. Na Espanha, o goleiro Unai Simon condenou a postura de Mbappé e disse que jogador tem de entrar em campo e jogar (como se atleta não fosse cidadão).
A Euro está só no começo, há muito por vir ainda. Afinal, a Europa está fervendo. E não falo aqui do verão que chegará na sexta e promete bater recordes.