O depoimento da mulher de Daniel Alves, a modelo espanhola Joana Sanz, corroborou a versão de embriaguez do marido, seguindo a estratégia traçada pela defesa. Será a quinta versão apresentada pelo jogador para se defender da acusação de violência sexual apresentada por uma jovem de 22 anos.
Segundo Joana, na noite de 30 para 31 de dezembro de 2022, na qual Daniel teria violentado a jovem em um lavabo na boate Sutton, ele chegou trôpego em casa de madrugada. Ao entrar no quarto, "chocou-se contra o armário e caiu já desacordado na cama".
Pelo seu estado, os dois não teriam conversado. Joana revelou em seu depoimento que, na noite anterior, o marido havia estado com amigos com os quais costumava sair para jantar e também teria chegado de madrugada em casa.
O depoimento de Joana se alinha ao de Bruno Brasil, chef de cozinha e amigo de Daniel. Foi Bruno quem teria pedido a um dos funcionários da boate para que convidasse a jovem, sua prima e sua amiga para ingressar no camarote e tomar uma taça de cava. Bruno relatou em seu depoimento que Daniel havia passado a tarde bebendo. Tanto que foi ele que dirigiu o carro até a boate. Na saída da boate, segundo Bruno, os dois estavam embriagados, e ele dirigiu mais uma vez o carro.
Um dos funcionários da Sutton também ouvido nesta terça (6) disse ter percebido o jogador diferente e alterado, o que contrastava com o comportamento dele em outras idas à boate. Joana foi a última das 19 testemunhas ouvidas neste segundo dia de julgamento. Havia 22 pessoas arroladas, porém três foram dispensadas. Entre elas, a mãe de Daniel, Sônia Alves.
Joana chegou à audiência de Barcelona às 15h10min. Desceu de um minivan preta, com vidros escuros, em frente à porta. Vestida de forma elegante, com longa saia preta e blusa e casacos pretos, a modelo tinha os cabelos presos e atravessou a calçada com a cabeça baixa.
Passava das 18h30min 14h30min de Brasília quando ela deixou o tribunal. A mesma minivan estacionou diante do prédio para que ela embarcasse. Neste momento, porém, ela teve de caminhar alguns metros a mais na calçada.
A vaga diante da porta estava ocupada por um táxi no qual embarcava a mãe do jogador. Quando arrancou, a minivan parou por alguns instantes em fila dupla ao lado do taxi. Houve uma rápida conversa entre os ocupantes, e os dois veículos arrancaram.
Nesta quarta-feira, será a vez de Daniel Alves ser ouvido no Tribunal. O início da sessão está marcado para as 15h. O jogador brasileiro tenta uma atenuação de pena com a versão de que estava embriagado. O juizado que conduz o caso pediu nove anos de prisão para ele, além de indenização de 150 mil euros. A acusação pede 12 anos de prisão.