
Faltam ainda cerca 50 dias para a estreia do Grêmio na Libertadores. Porém, o que se viu no sábado (10), na Arena, foi de deixar muito preocupado o torcedor. O gol de Galdino, no final, trouxe o empate, mas só isso. Nem mesmo uma virada, caso ela viesse, esconderia o nível baixíssimo de atuação e a coleção de problemas a serem resolvidos antes de que comece a fase quente do Gauchão e as competições de maior quilate.
O São Luiz teve uma atuação luxuosa. Uma parte, é bom que se registre, por mérito da estratégia traçada por seu técnico, Alessandro Telles. Mas a outra parte, essa mais relevante, foi proporcionada por desajustes que o Grêmio vem apresentando desde o ano passado e que acabavam compensados pela presença de um extraclasse no ataque.
Como se viu muitas vezes no Brasileirão, o adversário desfrutou de espaços generosos no sistema de marcação gremista. Perceba que não me refiro a um setor específico, mas ao sistema de marcação. Quando os atacantes têm postura menos agressiva na primeira linha, o problema vai crescendo e estoura na defesa. No caso do Grêmio, há um espaçamento entre as linhas que deixa vulnerável o time. Principalmente, quando joga em casa e precisa propor.
A retomada é lenta, até porque o time tem jogadores com essas características. A começar pelos zagueiros, que são referências técnicas, mas hoje estão longe do auge físico. No meio, Villasanti é um exército de homem só. Pepê tem movimentação, mas está longe de ser um jogador agressivo. E Cristaldo carece de qualquer traço de vigor na marcação.
Identidade
Todo esse contexto faz com que o Grêmio fique no meio do caminho e sem uma identidade definida. Não é o time de controle que Renato busca e está longe de ser uma equipe sustentada por transições rápidas.
Também não tem uma definição de como posiciona seu bloco de marcação. Não usa o alto, mas também não é médio. Muito menos, pelo conceito de Renato, joga com linhas baixas. Até porque ainda não conta com jogadores suficientes para acelerar em grandes distâncias. Começa por definir que time pretende ver em campo o primeiro passo para Renato colocar seu Grêmio 2024 nos trilhos.