Nesta quinta (23), o Bragantino enfrenta o Flamengo, em jogo da 30ª rodada, postergado em função de que os cariocas exigiram jogar no Maracanã e o estádio estava cedido à final da Libertadores. Só depois disso, os paulistas vão pensar no Inter. Para os colorados, a partida ganhou contornos decisivos. Valem pontos que eliminam qualquer risco de rebaixamento.
Para o Bragantino, esse pode ser o jogo da liderança do Brasileirão. Sim, pois se ganharem do Flamengo e vencerem no Beira-Rio, são grandes as chances de pontear o campeonato a três rodadas do fim.
É verdade que, quando a Red Bull desembarcou em Bragança Paulista, em 2019, um cenário desses estava longe de se tornar absurdo. Porém, quatro anos é um prazo surpreendente até mesmo aos austríacos da marca de energético. A coluna traça alguns pontos desse sucesso.
Juventude
Por projeto financeiro e técnico, o Bragantino aposta em jogadores jovens. Garimpa atletas com não mais do que 21 ou 22 anos em clubes grandes e os potencializa com o propósito de revender. No aspecto técnico, há um plano de jogo definido, baseado em intensidade e verticalidade.
Como forma de sustentá-lo, é preciso um time de guris. Assim, o Bragantino montou o grupo com a menor média de idade da Série A: 24,6 anos. Para comparar, a do Inter é de 28,8 e a do Grêmio, 28,3. No caso do Bragantino, só subiu porque há alguns poucos veteranos, como o lateral Aderlan, 33.
Depois dele, o tiozão é Sasha, 31. Cleiton, 26, Léo Ortiz, 27, e Lucas Evangelista, 28, estão entre os mais velhos. Depois deles, vem um sub-23, com Helinho, 23, Jadsom, 22, Thiago Borbas, 21, Mosquera, 22, Hurtado, 21, e Realpe, 22. Para comandar essa turma, buscou Pedro Caixinha, um português de 53 anos, mas rodado em seu país e com passagem por Bulgária, Grécia, Emirados, Escócia, México e Argentina.
Olho na América
Thiago Borbas, autor do gol de empate contra o Botafogo, chegou nesta temporada com status de goleador do Campeonato Uruguaio pelo Liverpool. Fez 19 gols em 44 jogos em 2022. Foi comprado.
Léo Realpe, zagueiro, e Andres Hurtado, lateral, estavam com a seleção do Equador nas Eliminatórias. Henry Mosquera foi comprado ao Envigado, em abril, para substituir Artur. Aliás, aqui um parêntese: foi adquirido do Palmeiras por 6 milhões de euros em 2020 e vendido ao mesmo Palmeiras por 8 milhões de euros três anos depois.
Há outros casos de observação de mercado. Matheus Fernandes, que já teve vínculo com o Barcelona, foi pego em trânsito, saindo do Athletico-PR e voltando ao Palmeiras. Vitinho estava cedido pelo Dinamo ao Furacão e foi levado a Bragança, tendo o empréstimo prorrogado recentemente até a metade de 2024. Aliás, com a ida de Thiago Scuro ao Monaco, Diego Cerri, que estava no Grêmio em 2022, assumiu o cargo de diretor-executivo.
Investimento
Não é apenas compra e venda de jogadores. O projeto da Red Bull mira o futuro e as categorias de base. Nesta semana, os jogadores foram visitar as obras do CT que está sendo construído nas margens da Rodovia D. Pedro I, a meio caminho dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos.
Com obras adiantadas, o projeto foi desenhado pelos arquitetos da Red Bull, que já fizeram as instalações do Salzburg e do Leipzig. O plano é colocar a treinar na área de 150 mil metros quadrados do sub-14 ao profissional.
Juntos, serão oito campos (dois deles com grama sintética e um miniestádio para jogos oficiais da base), academias, hotel, auditório, refeitório, centro médico e demais estruturas necessárias à preparação dos atletas. O plano é iniciar 2024 na casa nova.