A notícia de transformação do Aimoré em uma SAF agitou São Leopoldo e provocou um debate interno no clube. A empresa interessada em assumir a SAF promete investimento de R$ 22,5 milhões em cinco anos. Trata-se da MR2, capitaneada pelo advogado local Magnus Viana.
Porém, o clube já negocia com a prefeitura a cessão de uma área para construção de um CT e analisa ofertas de troca do Cristo Rei pela construção de uma arena para 10 mil pessoas no Parque do Trabalhador. Os projetos de casa nova e SAF não são excludentes, avisa o presidente do Conselho, o jornalista André Schu. Porém, ele defende que o debate de SAF seja conduzido com calma e profundidade. Por telefone, conversei com Schu.
Como o senhor analisa essa proposta de SAF?
A primeira coisa que fiz foi avisar que não se pode precipitar esse processo. Há dois setores aqui. Um que já estava autorizado pelo Conselho a buscar solução para termos um CT e uma arena nova. Deixaríamos o Cristo Rei em troca em troca de termos esses dois passos. Não envolveria dinheiro. Queremos trocar a área pelo projeto. Porém, temos outro setor, que é a proposta da SAF. É bom frisar que o projeto do novo estádio não inviabiliza a SAF.
O que foi feito a partir da proposta de uma SAF adquirir o futebol do clube?
Quando veio a proposta da SAF, reunimos o Conselho. Somos 55 conselheiros, na reunião de apresentação da proposta, havia 43. O Magnus, autor da proposta, trouxe uma equipe de São Paulo para apresentar o plano. Depois, ele se manifestou. O que disse na ocasião é que não podemos ter pressa, o clube tem 88 anos. A empresa do Magnus é a MR2, imagino que seja M de Magnus e os dois Rs do Róbson Pitol, irmão do goleiro Marcelo Pitol, e do Rodrigo Galvão, nosso ex-jogador. Eles estão recém constituindo a empresa, não sabemos o capital que têm. Propus montarmos um grupo de trabalho, e foi o que fizemos. Somos oito ou nove conselheiros, entre ex-presidentes, um advogado e um conselheiro novo. Marcaremos a primeira reunião para avaliar o que está sendo proposto assim que tivermos o que solicitamos.
O que foi solicitado?
Solicitei à MR2 que fosse apresentado o contrato social, o CNPJ, a minuta do que pretendem fazer, para analisarmos e levarmos ao Conselho (as informações). Faz oito dias isso. Não podemos nos mexer enquanto não tivermos essas informações. Depois que avançarmos, contrataremos um escritório especializado em SAF, para nos dar um parecer jurídico, tratar de riscos e benefícios. A partir daí é que tudo acontecerá e levaremos ao Conselho para votação. Hoje, não sou contra nem a favor, porque não recebi o material. Eles estão constituindo a empresa ainda. Conhecemos as pessoas, o pai do Magnus, Otacílio Viana, foi nosso técnico aqui, o Robson é irmão do Marcelo, e o Rodrigo foi nosso jogador, subiu conosco em 2012. Naquele dia em que se apresentaram, eles não disseram de onde vem o dinheiro. Terão de explicar isso também.
O senhor falou de um projeto de CT. Explique mais, por favor?
O projeto do CT e do Estádio está dividido em duas partes. O governo do Estado cedeu para o Município uma área, o Parque do Trabalhador. O Município está nos cedendo essa área do CT, pelo mesmo tempo em que for a cedência do governo para ele. Há interesse da prefeitura no desenvolvimento daquela área. O Aimoré já treina nos campos que existem ali no parque. Nosso plano é desenvolver ali nossas escolinhas, com dezenas de alunos, em projeto em parceria com a prefeitura. Além disso, teríamos três a quatro campos, para o time principal e a base, além de prédio com vestiários, refeitório, departamento médico. A parte dois do projeto seria outro espaço no parque, em que entraríamos com contrapartidas com Estado, para termos a posse definitiva e construir nosso estádio.
Quem faria o estádio ficaria com o Cristo Rei, que está em área nobre da cidade?
O Kaiser, que faz parte do grupo de estudos, é arquiteto. Já recebemos duas propostas de empresas interessadas no Cristo Rei. Elas vão receber o projeto de estádio para 8, 10 mil pessoas, com camarotes, cabines, toda a estrutura. Será algo dentro do nosso tamanho. Trocaríamos essa obra pelo Cristo Rei. Uma das propostas foi de compra da área do Cristo Rei. Não queremos vender a área, mas permutar.