O Inter se classificou. Está nas oitavas da Copa do Brasil. E isso é tudo. Eliminou o CSA, depois de levar 2 a 1 no tempo normal e vencer nos pênaltis, por 7 a 6 e após 16 cobranças. Brilhou Keiller, ao defender duas cobranças. Mas precisa rever conceitos. Ou seguirá aplicando sustos no seu torcedor e vivendo numa montanha russa emocional cuja vertigem atrapalha sua evolução. O jogo contra o CSA mostrou, mais uma vez, a dificuldade do time de se impor, de fazer valer suas credenciais contra adversários de menor quilate.
Os alagoanos, é verdade, dormiram e acordaram pensando nessa partida nos últimos 10 dias. Só que isso os fez mais aplicados, nada mais. Tanto é que, quando o Inter se tornou dominante no jogo, expôs toda a fragilidade deles.
O próprio lance que originou o empate, em pênalti convertido por Alan Patrick, foi uma trapalhada da defesa em uma bola fácil. Foram necessários 18 minutos apenas no segundo tempo para igualar o jogo e mostrar hierarquia.
Nove minutos depois, Alan Patrick quase fez o segundo. O jogo parecia controlado. Só que aí aparece a versão do Inter que flerta com o perigo. Alan saiu cansado, aos 29. Jean Dias entrou em seu lugar e assumiu o lado direito. Mauricio foi para o meio, e Wanderson completou o trio de meias.
O CSA, ao mesmo tempo, trocou quatro jogadores, sendo dois deles os zagueiros. Todos por cansaço. O Inter, a partir daí, recuou suas linhas e passou a jogar em contra-ataque. O CSA ficou com a bola. E quando a bola está com o adversário, mesmo que ele seja tecnicamente limitado, há o risco de um acidente levá-lo ao gol. Foi o que aconteceu.
Igor errou o passe, o CSA transitou rápido com a bola, e veio o 2 a 1, com Thiaguinho. O gol baratinou o Inter. Mano colocou Matheus, aos 38, para dar vitalidade ao meio e já pensando nos pênaltis. Era cedo, mas estava claro que a luta era contra o relógio. O jogo terminou com o CSA em cima.
Vieram os pênaltis. Keiller salvou duas cobranças e classificou o Inter. Estava exorcizado o fantasma das quedas na Copa do Brasil, que tem no armário camisas de Londrina, Remo, Ceará, Fortaleza, Criciúma, América e Vitória. Também por isso foi um alívio a conquista da vaga.
Afinal, não podem existir dois Inter. É preciso fazer com que o de domingo, contra o Flamengo, seja também o mesmo de quinta, contra o CSA. O que passa por uma revisão de conceitos e postura. Principalmente quando se enfrenta rivais como o CSA.