Lá em fevereiro, o Inter acelerou as negociações com o Independiente para a vinda antecipada de Fabrício Bustos para Porto Alegre. Seu contrato acabava em junho, e não fosse esse movimento, ele teria feito no domingo recém sua terceira partida pelo clube.
Bustos, 26 anos, está certamente entre as melhores contratações recentes feitas no Beira-Rio. É mais um achado do Capa, o Centro de Análise e Prospecção de Atletas, assim como Wanderson, Pedro Henrique e Vitão, entre outros.
Bustos, porém, impressiona pelos números. Ele participou de 26 jogos seguidos desde a estreia, se lesionou contra o Coritiba e voltou às pressas para a remontada contra o Colo-Colo. Depois disso, foi retirado de ação para se recuperar totalmente e estar afiado contra o Melgar. Ao todo, são 28 jogos do argentino.
Conforme o Sofascore, ele tem um gol e cinco assistências. São bons números para um lateral, mas não são esses que impressionam. Em cinco meses de Inter, ele tem 27 passes decisivos, quase média de um por jogo, e 148 bolas recuperadas, o que dá uma média de cinco por partida. Além disso, tem 40 desarmes, o que mostra uma rápida adaptação à exigência aqui no Brasil de um lateral firme na defesa e criativo no ataque.
Bustos nunca teve na marcação a sua grande ferramenta. Porém, evoluiu, principalmente, a partir da chegada de Mano Menezes, que nos primeiros jogos o usou muito mais numa linha de quatro como um quinto atacante, como era na época de Cacique Medina. A evolução do time, porém, fez com que Mano resgatasse essa função mais ofensiva.
Contra o Atlético-MG, era o argentino quem dava amplitude pela direita, tarefa que cabia a Wanderson no lado esquerdo. Para quem chegou a ser contestado aqui pela fragilidade na marcação, Bustos, em pouco tempo, deu mostras do por que esteve com um pé na seleção argentina que foi à Rússia e perdeu a vaga para Mercado, hoje seu zagueiro.