Foi um jogo com carteira de identidade de Série B, como imaginava. Duro, renhido, de muita disputa física, que exigiu muita transpiração. O 1 a 0 conquistado com o gol de Elias foi apertado como o jogo inteiro. O Operário aplicou ao Grêmio uma prova de Segunda Divisão.
A vitória mostrou que o time de Roger Machado entendeu a competição em que está metido e o que precisa fazer para atravessá-la sem sobressaltos. Ainda é só o começo da caminhada, mas estar no pelotão de cima é importante, para a estratégia de campanha e, claro, pela confiança que isso traz.
O jogo no interior paranaense também deu a Roger alguns indicativos de campo. Torna-se cada vez mais emergencial encontrar uma alternativa a Lucas Silva no meio-campo. A ideia de usar dois jogadores híbridos, que marquem como volante e ataquem como meias, fica comprometida com ele. Lucas é mais posicionado e acaba ficando no meio do caminho. Nem marca com a eficiência que a função exige, nem apoia o ataque para aumentar a força ofensiva do time.
Nos últimos 15 minutos do jogo, quando o Operário passou a trocar volantes por meias e atacantes, Roger testou uma formação com Benítez, usando Sarará e Villasanti alinhados e o argentino no meio de uma linha de três completada por Janderson e Elias. A produção de Benítez foi pífia. É preciso dar o desconto de que está sem ritmo, e um jogador como ele precisa estar afiado para render. Porém, não há como ignorar que, por sua característica, sentiu demais o jogo de pegada e intensidade alta da Série B.
Outro ponto gritado pelo campo em Ponta Grossa é a estabilidade de Campaz. Mesmo que ele tenha se aplicado na marcação e saído no intervalo como o jogador que mais desarmou, três vezes, ao lado de Rodrigo, o colombiano está longe de ser o jogador desequilibrante que fez o Grêmio pagar US$ 4 milhões por ele em 2021. Uma discussão se Elias ou mesmo Biel, quando Ferreira voltar, não podem ocupar esse espaço. Afinal, foram os dois guris que resolveram a parada em um jogo renhido, difícil e com as asperezas da Série B.