Enfim, veio a primeira vitória na Série B. Bem ao estilo deste Grêmio construído por Roger Machado. O 3 a 1 sobre o Guarani, na Arena, teve oscilações no primeiro tempo, alguns sustos e máxima eficiência. Não por coincidência ela aconteceu com a volta de Diego Souza. As chances criadas chegaram dos pés à cabeça do centroavante. E ele mostrou o quanto faz diferença na Série B ter um jogador com essa capacidade de decisão. Ainda mais se ele for um centroavante de área.
No primeiro lance do jogo, ele marcou o 1 a 0. No momento em que pairava o medo de reprise do jogo da Chape, ele recebeu uma assistência de Nicolas e recolocou o Grêmio no caminho da vitória. E, no começo do segundo tempo, em um cabeceio de centroavante em escanteio cobrado por Nicolas (ele de novo), Diego decretou a primeira vitória.
Será com esses matizes a passagem do Grêmio pela Série B. O caminho adotado por Roger não é de proposição, mas de transpiração. O time marca antes de atacar. Espera o vacilo do adversário e, nessa fração, tenta conectar-se ao gol. Percebam os três gols como aconteceram. O primeiro veio em desarme de Biel, de boa atuação e muita entrega. Ele toma a bola, ataca o espaço e aciona Diego.
O segundo começa em uma bola recuperada na defesa que pega o Guarani no ataque. Tanto que quem tenta fechar o lado é Giovanni Augusto. Nas costas dele, Bitello encontra Nicolas para cruzar na cabeça de Diego. O terceiro tem origem em uma cobrança rápida de falta de Bitello. Nicolas chuta, a bola desvia e vem o escanteio, que o lateral cobra como se fosse com a mão para o centroavante testar para o gol.
O Grêmio, portanto, fez o que não havia conseguido contra Ponte e Chape, aproveitou as chances. Porém, há um caminho ainda a ser percorrido. O primeiro tempo foi quase todo de domínio do Guarani. Brenno fez duas intervenções importantes e evitou o pior. Havia muito espaço entre as linhas, o que permitia a Giovanni Augusto orquestrar o jogo e deixa os laterais e pontas no confronto direto com a defesa gremista. O Guarani é uma exceção nesta Série B, por ser um time que troca passes e progride com um jogo bem costurado. No segundo, Roger corrigiu. Recuou mais Lucas Silva, preencheu o meio e apostou nas saídas rápidas de Elias e Biel.
Com a vantagem, passou a especular mais. Deu certo. A primeira vitória veio sustentada pela ideia de jogo do técnico numa semana em que se debateu, dentro e fora da Arena, se não havia chegado a hora de se apostar em um caminho mais criativo. Venceu Roger. Ganhou o Grêmio.