O rugido de 11 mil gremistas na Arena derrubou Vagner Mancini. Reforçado por cobrança interna em um Grêmio que virou uma panela de pressão. Exatos oito anos depois de ser demitido do clube, invicto, o técnico repete o roteiro.
Deixa o cargo com o time líder do Gauchão e com três vitórias e um empate. O rendimento, porém, assim como lá na Era Olímpico, estava longe de prometer voos mais longos.
A demissão de Mancini mostra um caminho errático do futebol gremista. Ele já não era o nome adequado para a missão de 2021, de resgatar o time do Z-4 a 14 rodadas do final. Muito menos, para resgatar o time da Série B. Permanecer com Mancini dava ares de continuidade de algo que havia saído errado.
Assim como dá ares de pão dormido ao grupo rebaixado que segue no vestiário da Arena. Porém, demitir Mancini com 30 dias de trabalho e um dia depois de finalizada a pré-temporada mostra que o Grêmio ainda procura um norte desde que afundou-se na zona de rebaixamento. Não sabe porque entrou lá e não sabe como sair de lá.
A demissão de Mancini é a correção de um erro cometido no dia 9 de dezembro, quando naquela entrevista fora de lugar pós-rebaixamento, foi anunciada a sua permanência, assim como de toda a direção.
O fato é que, ao trocá-lo nesta segunda-feira, o Grêmio assina a fatura de dois meses perdidos, um de planejamento e estruturação do grupo de jogadores e outro de pré-temporada e avaliações.
Mancini passou as últimas oito semanas avaliando nomes da base, do time de transição, referendando contratações. Agora, o clube começa do zero outra vez. Um novo técnico é um recomeço. Estamos na largada ainda de 2022, mas a regressiva para o grande projeto do ano, que é a Série B, já começou. Faltam 53 dias para a estreia.