A vitória em Caxias do Sul foi o mais importante. Até para diminuir o alarido que há sempre em cima de um começo de trabalho de um técnico estrangeiro por aqui. Cacique Medina completou um mês de trabalho no Inter no sábado, com seis jogos em 16 dias enquanto aplica nova ideia de jogo, novos métodos.
A fase ainda é de conhecimento, dos jogadores sobre seus conceitos e dele sobre as características de quem tem a disposição. Como ele mesmo disse, a etapa ainda é de avaliações.
Pelo calendário, ela está sendo cumprida enquanto se joga partidas oficiais do Gauchão, cujo barulho que os resultados provocam é muito maior do que o valor dado às vitórias obtidas nele. Por todo esse contexto, era importante vencer até para acalmar o ambiente e diminuir um pouco o ruído das críticas apressadas.
Medina segue fazendo suas observações e vai tirando conclusões que ficam claras para o torcedor. No sábado, em Caxias do Sul, ainda sem o lateral-direito prometido, testou Bruno Méndez por ali. Heitor e Mercado, os primeiros jogos mostraram, deixaram a desejar.
No lado esquerdo, Moisés mostra-se, a cada partida, com dificuldades de ser o construtor que a ideia exige. No meio, Dourado e Johnny formaram a dupla de volantes. Essa é uma posição central em um time que se propõe intenso, que precisa jogar com velocidade de ação, tanto no passe quanto na recuperação de bola. Dourado não tem essa característica.
Seu melhor vem quando atua mais posicionado. Johnny até pode vir a ter, é jovem ainda. Gabriel foi apresentado na sexta e estreou no sábado, o que mostra a urgência em contar com um volante mais dinâmico e veloz. Bruno Gomes está chegando e será outra alternativa.
Há um longo caminho para o Inter pela frente. É só o primeiro mês de um time que ainda está em formação e nem recebeu todas as peças de que precisa. Faltam o lateral-direito, talvez tenha de se pensar em um lateral-esquerdo mais construtor, falta o extrema pela direita e, também, mais um centroavante, com características diversas às de Wesley.
Medina, com seus testes, faz com que o campo mostre as carências do time. Indiretamente, também joga uma pressão na direção para que entregue os reforços. Uma ruptura na forma de jogar não virá sem as peças. Só o técnico, sozinho, não conseguirá implementar a revolução que o clube se propõe.