Os presidentes dos 40 clubes das Séries A e B deram nesta segunda-feira (28) mais um passo firme para a criação da liga para organizar o Campeonato Brasileiro. Uma carta de intenções foi assinada e prevê que, em um prazo de 90 dias, a entidade esteja constituída e com presidente e diretores indicados. Um próximo encontro está agendado, para 22 de julho, em Brasília.
O local foi escolhido de forma estratégica, já que ocorre no Congresso discussões sobre a Lei Pelé e haverá a votação da MP 5516, que prevê a criação das SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol). Um encontro com os presidentes das duas Casas, Câmara e Senado, e até uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro não estão descartadas.
A carta de intenções, de uma página, define em seu artigo primeiro que todos os contratos, sejam públicos ou privados, serão dotados de uma uniformidade de atuação dos clubes. Ou seja, ninguém negociará de forma individual. A reunião também definiu um grupo de trabalho para a constituição legal da liga e elaboração de um estatuto com o máximo de detalhamento possível. Para isso, a ideia é fazer reuniões frequentes e debater ao máximo os pontos desse estatuto, para que nenhuma ponta fique pendente ou crie brecha para conflitos futuros.
A ideia dos clubes de criação da liga tem alguns pontos como motivação: o primeiro é o contrato de TV, que termina em 2024. As conversas para renovação ou novo acordo costumam acontecer até três anos antes do final do vínculo. Para esse novo ciclo, os dirigentes querem desmembrar os contratos, fazendo acordos em separado para TVs aberta e fechadas, streaming, sites de apostas e também com o mercado de games.
Outro ponto de estímulo é a busca por um calendário mais racional e que sacrifique menos os clubes. Os clubes também percebem que o momento de crise da CBF cria a oportunidade para que se busque mais poder.